Apreensão aconteceu no povoado de Peri-Jussara; autoridades da Delegacia Regional não foram informadas da operação que é mantida em sigilo
Uma operação conjunta das Polícias Civil, Militar e Federal apreendeu, na última quarta-feira (31), em Axixá, município localizado na Região Metropolitana de São Luís, uma grande quantidade de cigarros, decorrente de contrabando, em uma chácara de propriedade da prefeita Sônia Campos (PDT), localizada no povoado de Peri-Jussara. Três suspeitos foram presos até o momento, conforme informações obtidas com exclusividade pela reportagem.
A operação foi mantida em sigilo absoluto e nem mesmo as autoridades da Delegacia Regional de Rosário foram informadas. Toda a ação foi coordenada por São Luís, que enviou agentes ao município axixaense para o cumprimento de das investigações. Como é de praxe em situações assim, as equipes locais prestam apoio e não são informadas previamente sobre o motivo da operação.
As investigações ainda são um mistério. No entanto, desde a noite de terça-feira (30), a presença das forças de segurança chamou a atenção. Várias viaturas foram vistas pelas ruas da cidade. No início da manhã de quarta-feira, os agentes estiveram na cidade para cumprir os procedimentos.
A reportagem apurou que uma embarcação foi incendiada, supostamente, com o objetivo de destruir eventuais vestígios. A ação ganhou repercussão nas redes sociais e em grupos de aplicativos de troca de mensagens.
“A única coisa que se desenvolve e cresce em Axixá é o crime”, diz um dos comentários que circulam em páginas na internet.
“Operação da Polícia desvenda contra bandido de cigarro em Peri-Juçara (sic), Axixá-MA. Pessoas do alto escalão estariam envolvidos”, completou outro interlocutor nas mídias sociais.
Sônia tem ficha corrido
Mesmo mantida em sigilo absoluto, a operação policial voltou a manchar a imagem da prefeita Sônia Campos, que foi uma das 102 pessoas presas pela Polícia Federal durante a Operação Rapina, deflagrada em 2007, visando apurar desvio de dinheiro da educação e da saúde.
Em uma certidão à qual tivemos acesso, Soninha, como é mais conhecida, é alvo de pelo menos sete ações de natureza criminal e cível de improbidade administrativa. A lista é completada com outras ações que estão em tramitação na justiça estadual. A ficha corrida mostra o quanto a atual gestora axixaense é danosa ao erário público. No entanto, os detalhes de todos os processos em tramitação.
